4 atitudes que podem te ajudar a acelerar seu aprendizado do idioma estrangeiro




Durante minha vivência como professor, uma das frases que mais ouço de meus alunos é: "Preciso encontrar tempo para estudar tal idioma!". Acredito que, a partir do momento em que se afirma a necessidade de "encontrar tempo", já se pode observar o princípio de um problema de método.

Ao iniciarmos um curso de informática, uma faculdade ou uma especialização em nossa área, de fato nessas situações você precisa encontrar tempo específico para se dedicar a esses objetos, pois são conhecimentos em geral específicos e que demandam uma técnica própria, quase sempre restrita a este campo. No entanto, uma língua estrangeira, tal como nossa língua materna, não pode ser considerada um conhecimento à parte, restrito a esta ou aquela dimensão de nossa vida. 
Ao contrário, a única maneira de realmente dominar um idioma é permitir que esse idioma entre em sua realidade, em todas as dimensões de sua vida. Pensando nessa tese, preparei quatro fatores que, para mim, são a chave para que você possa finalmente alcançar a fluência:


1. A língua estrangeira precisa ser encarada como sua outra versão
Encarar o idioma estrangeiro como uma outra versão de nós mesmos significa criar uma identidade naquele idioma, por meio da descoberta contínua de aspectos culturais que nos interessem. Cito exemplos: todos temos músicas e filmes que consumimos em nosso idioma, então por que não ter filmes e músicas preferidos também em nosso segundo idioma? A música é uma linguagem universal, que explora nossas emoções independentemente de nossa nacionalidade, sendo ela portanto um excelente meio de conhecer-se. Sua outra versão deve ter um momento do dia para se conectar, seja por meio da arte, de um esporte que você acompanha nesse idioma, um amigo com quem você conversa somente na segunda língua e afins.


2. Ser fluente vai te demandar rotina de vivência nas quatro habilidades linguísticas: escuta, fala, leitura e escrita
Como eu sempre recomendo a meus alunos, não basta entender bem a escuta ou ler bem no idioma, é preciso praticar todos os dias pelo menos um pouco de cada habilidade. Pela minha experiência no estudo de quatro idiomas, sempre acreditei que as quatro habilidades devam ser praticadas ininterruptamente, para que o aprendizado seja completo, e possamos ser usuários independentes da língua. Acredito, aliás, que a escuta e a leitura devam ser priorizadas no estudo, por serem dimensões que formam as outras duas: ouvir é o princípio para o falar; e ler é o primeiro passo para escrever, ou seja, a boa escrita começa na boa leitura.


3. A gramática é uma aliada, mas não pode ser tomada como objetivo final na busca pela fluência
Muitos querem aprender gramática, mas poucos se perguntam a razão pela qual saber dar nomes às coisas é importante. Cabe dizer que, para fins de comunicação, de uso normal da língua, não é necessário conhecimento de gramática. Tanto é que bilhões de pessoas, brasileiros e estrangeiros, usam seus respectivos idiomas e nunca se perguntaram o que vem a ser um verbo, uma oração coordenada ou uma conjunção, eles simplesmente usam a língua, pois aprenderam por imersão, pela vivência diária. No entanto, quando se estuda um idioma estrangeiro, saber o que é um verbo, uma preposição, saber o nome dos tempos verbais dentre outros pode acelerar seu processo, pois a abstração ajuda a fixar o conhecimento e a organizá-lo em sua mente. Portanto, não despreze totalmente a gramática, mas também não a coloque como prioridade. A prioridade deve ser comunicar. A perfeição vem como resultado da vivência!


4. Crie metas diárias realísticas de dedicação e seja persistente em seu objetivo
Sempre digo aos meus alunos: estudar idiomas é como ir à academia - a frequência e aderência à rotina é o que trará resultados. Frequentar uma academia por três meses e parar por mais três é consequentemente jogar fora os resultados. Com idiomas acontece o mesmo: nosso cérebro é uma máquina preguiçosa e pragmática, que busca a todo momento cortar o inútil - Inutilia truncat - e adequar-se ao que a circunstância presente nos demanda. Ao passo em que nosso cérebro percebe que determinado conhecimento não está sendo usado, ele arquiva essa informação para que possa ajustar-se ao que acontece no presente momento. Por isso, dedicar-se diariamente levará ao seu cérebro a mensagem de que aquelas informações novas que estão chegando (palavras novas, frases, sons, expressões etc.) estão sendo rotineiramente cultivadas e aprimoradas. Isso conduzirá seu cérebro a normalizar aquele idioma novo e fixá-lo na memória "de pronta entrega", estabelecendo a fluência. Finalmente, seja obcecado!


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